Investigadores afirmam ser possível detectar Alzheimer anos antes dos sintomas
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Os investigadores do Instituto de Neurologia da Universidade de Londres (College University) acreditam que assim podem detectar a forma mais comum de demência - a doença de Alzheimer - na sua fase inicial, vários anos antes de os primeiros sintomas aparecerem.
A proposta destes cientistas analisa se o cérebro está a encolher e se os níveis de uma proteína chamada amilóide estão mais baixos do que o normal no líquido cefalorraquidiano, que envolve o cérebro e a espinal-medula.
De acordo com vários especialistas, perante a doença de Alzheimer é verificável uma diminuição do volume do cérebro e uma inusual acumulação de amiloide no cérebro, o que significa menos proteína no líquido cefalorraquidiano da espinal-medula.
A equipa do Instituto de Neurologia londrino espera que estes exames possam trazer uma maneira de detectar a doença muito antes do que é actualmente possível.
Para confirmar esta teoria, a equipa recrutou 105 voluntários saudáveis para passar por uma série de exames.
Os voluntários fizeram punções lombares para testar os níveis de amiloide no líquido cefalorraquidiano e exames ao cérebro para averiguar se encolheu.
Os resultados, citados pela BBC, revelaram que os cérebros dos indivíduos com baixos níveis de amiloide (38 por cento do grupo) encolhem duas vezes mais rápido do que os restantes voluntários.
Estes indivíduos tinham cinco vezes mais probabilidades de ter o gene APOE4 (do Alzheimer) e apresentavam altos níveis de uma outra proteína identificada nos casos da doença, a tau.
Embora seja cedo para saber se algum destes voluntários vai desenvolver Alzheimer, os investigadores acreditam que as suspeitas podem ser confirmadas no futuro e, assim, permitir avaliar quais os medicamentos que vão atrasar ou prevenir a demência.
In SOL - 23 de Dezembro, 2010