O Testamento Vital é documento com instruções sobre os tratamentos médicos que a pessoa pretende receber no fim da vida, caso esteja incapacitada de exprimir a sua vontade. Este documento tem de se realizar numa situação de lucidez mental para que seja levado em conta quando, por causa de uma doença, já não seja possível expressar sua vontade. O que se pretende assegurar com este documento é uma "morte digna".
Recentemente realizou-se um debate acerca deste tema. Seguidamente apresentaremos duas opiniões diferentes:
A opinião do Presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes
"É Portugal dar um salto civilizacional, que tem que ver com direitos humanos básicos e liberdade de escolha". De acordo com o responsável, "ninguém é obrigado a realizar um TV, mas este é um debate a que a nossa sociedade não pode ficar alheio, uma vez que não estamos perante questões estritamente médicas, mas perante opções de valores".
De acordo com Dr.ª Isabel Neto, presidente da associação Portuguesa de Cuidados Paliativos,
"Não queremos aprovar um diploma que depois não tem qualquer aplicação no terreno, nem nos serve de nada", sustenta a deputada. Na óptica desta médica que presta Cuidados Paliativos há mais de 13 anos, a questão do TV vai muito para além da questão legislativa e deve ser discutida no plano da comunicação entre médico e doente. "Os médicos têm problemas de comunicação, porque o modelo paternalista ainda é o que vigora. É preciso abandonar a visão de que o médico é que sabe o que é melhor para o doente e centrarmo-nos na relação de partilha entre o médico e o doente. Para isso, é preciso que os médicos desenvolvam a competência da comunicação com o doente e recebam formação adequada a este nível".